Relógio automático Seiko Presage Classic SPB527 (foto 1)
Relógio automático Seiko Presage Classic SPB527 (foto 2)
Relógio automático Seiko Presage Classic SPB525 (foto 1)
Relógio automático Seiko Presage Classic SPB525 (foto 2)
Exposição 4

O Azul do Japão, Tingido com
Espírito e Saber-Fazer

O que é a "beleza funcional" japonesa,
e como permanece presente no nosso quotidiano?
Esta questão reside no âmago
da série de relógios Seiko Presage Classic,
e nasce do conceito de "usar a beleza
japonesa com elegância”.
Com movimentos mecânicos requintados e
modelos inspirados pela "beleza funcional" japonesa,
esta série presta homenagem à essência da perícia artesanal.
O Museu Presage,
que acompanha esta série,
fornece uma
plataforma para explorar a forma como o sentido de beleza único
do Japão é preservado e transmitido.
Nesta quarta edição,
vamos até à
Prefeitura de Tokushima –
reconhecida pela sua tradição centenária
de tingimento natural com índigo.

Índigo de Tokushima:
Uma Tradição Viva em Todos os Tons de Azul

Ranshu Yano, Mestre Aishi
(Praticante Certificado de Tingimento Natural com Índigo Fermentado com Soda Cáustica),
Hon-Ai Yano Studio
Reki Nagahara,
Produtor de Índigo de Awa,
in Between Blues

Tokushima é há muito conhecida como uma grande região produtora de sukumo – um corante natural de índigo obtido através da fermentação de tadeai (plantas de índigo japonesas). O sukumo produzido em Tokushima é chamado Awa-ai, e é fabricado meticulosamente por artesãos especializados com recurso a técnicas de fermentação tradicionais. Este corante de alta-qualidade é depois usado no processo de tingimento com índigo, o qual é conduzido usando métodos ancestrais. A cultura do índigo em Tokushima, alicerçada em recursos naturais locais e transmitida ao longo de gerações de artesãos, reflecte a filosofia japonesa de beleza funcional.

Ecos em Azul:
Mantendo a Alma do Índigo Viva

Dar Vida ao Índigo

Para Ranshu Yano, um mestre no tingimento com índigo, baseado em Tokushima, o índigo não é apenas um material – é um parceiro vivo. Utilizando o método tradicional de hon-aizome (tingimento natural com índigo fermentado com soda cáustica), descreve o líquido índigo como um ser senciente com os seus humores e as suas necessidades. “Quando um lote "nasce", começa a envelhecer logo, quer seja usado ou não", explica. O verdadeiro desafio reside em manter a sua vitalidade sentindo e respondendo com pistas subtis, sem palavras - o seu cheiro, a sua textura, a sua temperatura e a cor que deixa na mão. O que é preciso é uma observação aguçada, a intuição da experiência e uma disciplina profunda, quase espiritual.

O tingimento é é um processo exigente física e emocionalmente. Por exemplo, quando se tinge um tecido para obter um tom escuro e intenso de azul-marinho - o preferido para o vestuário de samurais - cada peça tem de ser submersa no banho de corante de índigo fermentado, e mantido aí por um tempo específico antes de ser removido, enxaguado cuidadosamente, e exposto ao ar para oxidar. Este ciclo é repetido 30 ou mais vezes. O processo exige uma avaliação e uma sensibilidade subtis. “Não usamos temporizadores", diz o Sr. Yano. “As nossas mãos e os nossos olhos simplesmente sabem.” Os seus braços estão tingidos de azul para sempre, uma marca da experiência apurada ao longo de mais de quatro décadas.

Para além das suas tonalidades, o índigo natural oferece também qualidades espantosas. O corante fermentado actua como anti-séptico e insecticida naturais, tornando-o perfeito para peças de roupa que se usam directamente sobre a pele. “Mesmo roupa infantil pode ser usada com total segurança", refere o Sr. Yano.

A Cultura do Saber-Fazer e do Cuidado

No tingimento tradicional com índigo, o ofício tem sido preservado ao longo de gerações graças a dois tipos distintos de artesãos: os aishi, que produzem sukumo – um material corante fermentado feito a partir de folhas de tadeai (índigo japonês) secas – e os someshi, que o usam para criar lotes de corante e tecido tingido. Estes papéis têm sido historicamente desempenhados cada um pelo seu especialista, com as suas competências próprias. Apesar da procura e do trabalho terem diminuído desde os tempos áureos do ofício, iniciativas locais, como o programa de revitalização regional na cidade de Aizumi, estão a trabalhar para estimular uma nova geração de fabricantes de sukumo e de tintureiros. O Sr. Yano é mentor de jovens aprendizes e cultiva tadeai, não apenas para preservar o ofício, mas também para transmitir o seu espírito a visitantes do mundo inteiro.

A sua dedicação vai para além da técnica, e abarca as ferramentas e os rituais que rodeiam a prática. O índigo é fermentado em jarros de louça de Otani produzidos localmente, e o sake adicionado ao lote de corante é primeiro oferecido num altar doméstico. “Não se trata de religião,” diz. “Trata-se de começar com respeito.” Esta reverência pelo processo - a atenção silenciosa e tranquila - tem eco nas artes tradicionais de todo o Japão, desde a forja de espadas à produção de sake.

O Sr. Yano fala também de yo no bi, a estética japonesa de beleza funcional. “O índigo natural brilha com mais intensidade a cada uso,” diz o Sr. Yano. “A sua beleza não é estática – apura, irradia vida. É esse o espírito de yo no bi.”

Sobre Cor, Artesanato e Beleza Japonesa

O Sr. Yano fala sobre cor com reverência. Os famosos “quarenta tons de índigo" – desde o suave asagi ao kachi-iro quase preto – não são apenas resultados técnicos. “Cada tom tem um nome. Cada tom tem uma história,” diz.

Perante um relógio da série Seiko Presage Classic Series com um mostrador curvo num índigo inspirado por seda, o Sr. Yano ficou visivelmente comovido. “A cor é perfeita,” disse. “Não é demasiado clara, não é demasiado escura - tal como um dos tons 'ai' clássicos que tentamos preservar.” Admirou não só o tom, mas também o brilho suave do relógio e as suas linhas fluidas, que evocavam as várias camadas de profundidade da seda tingida com índigo. “Parece algo criado com um respeito profundo pela nossa tradição.”

Para o Sr. Yano, a série Presage Classic é mais do que um relógio bonito – é uma ponte plena de significado entre a perícia artesanal tradicional do Japão e o mundo moderno. “É assim que o yo no bi deve ser,” disse, referindo-se ao ideal japonês de beleza funcional. “Quando algo é belo e prático, e melhora com o uso, fica connosco por muito tempo.”

Numa época em que a a velocidade e a descartabilidade dominam, a filosofia do Sr. Yano – e a elegância serena de Presage – oferecem uma alternativa baseada no cuidado, na longevidade e na harmonia. “Não forçamos os resultados,” diz. “Escutamos, respondemos, e deixamos o trabalho tornar-se no que está destinado a ser.” Também isso é o espírito da beleza japonesa.

Foto de Ranshu Yano, Hon-Ai Yano Studio

Ranshu Yano, Hon-Ai Yano Studio
(Praticante Certificado de Tingimento Natural com Índigo Fermentado com Soda Cáustica)

Foto de folhas de tadeai secas e do relógio SPB525

Folhas de tadeai secas e o SPB525.

Foto do relógio Seiko Presage Classic SPB525
  • Foto dos relógios Seiko Presage Classic SPB525 e SPB527
  • Foto de objectos tingidos com índigo, desde casacos, camisas e gravatas, até itens do dia-a-dia como lenços e toalhas.

    Além do quimono, o Sr. Yano cria uma gama variada de itens tingidos com índigo, desde casacos, camisas e gravatas, a objectos úteis para o dia-a-dia como lenços e toalhas. Também produz roupa para bebé que tira partido da suavidade natural do índigo sobre a pele, assim objectos decorativos.

  • Foto da Sala Awa-Ai

    No Quarto Awa-Ai no AoAwo Naruto Resort, um hotel costeiro em Naruto, peças tingidas com índigo enchem o espaço – desde almofadas a candeeiros de mesa e portas de correr fusuma, e até elementos arquitectónicos na alcova tokonoma. Desenhado por Ranshu Yano, o quarto transmite uma elegância tranquila em tons de índigo.

Horizontes de Índigo:
Tons de Mar e Céu

Regressar a Casa para o Índigo

Nascido e criado em Tokushima, Reki Nagahara cresceu rodeado por índigo, sem compreender completamente a sua profundidade ou o seu valor. “Só quando saí de Tokushima e regressei anos depois é que o vi com novos olhos,” reflecte. O que antes parecia vulgar revelou-se como um símbolo extraordinário de lugar, memória e beleza. Agora, o Sr. Nagahara canaliza a sua redescoberta para promover a sua divulgação por várias gerações - desde sessões de tingimento a brincar com crianças, a exposições cuidadas para adultos. “Quero que pessoas de todas as idades se sintam ligadas a esta tradição", diz. “Não é apenas sobre técnica - é sobre identidade e sobre a beleza calma da vida diária no Japão.”

Este sentido de identidade está intimamente ligado às suas reflexões sobre a beleza japonesa. “Para mim, a beleza japonesa não é algo ostensivo ou decorativo,” diz. “É algo que parece honesto e vivido. Vem de materiais naturais, tons discretos e as marcas de cuidado e de uso.” No índigo, ele vê a materialização perfeita desta filosofia: um material enraízado na terra, humilde na origem, e refinado através do toque humano.

A Palete da Natureza, O Abraço do Índigo

A prática de tingimento com índigo do Sr. Nagahara é inspirada directamente pela Natureza. “As cores com que mais me identifico são aquelas que se vêem no horizonte, onde o oceano se encontra com o céu", diz. As suas obras em índigo não são uniformes; têm camadas, mudam, e estão imbuídas com as subtilezas da luz e da profundidade. “O índigo não é apenas uma cor individual. Tem gradientes, vida, emoção.”

Igualmente importante para si é a sensação que o índigo dá. O corante fermentado tradicional hon-ai é suave na pele, e é apreciado pelas suas qualidades antimicrobianas. “As pessoas dizem-me muitas vezes que, quando começam a usar roupa tingida com índigo, não querem voltar atrás,” diz. Esta ligação entre conforto e beleza sublinha a sua convicção sobre a beleza funcional japonesa. “Quando algo te serve bem e dura, torna-se mais do que algo prático - torna-se belo,” explica. “É esse tipo de beleza que quero criar: coisas que parecem encaixar na mão e no coração.”

Índigo, Seda e a Transmissão de Beleza

O Sr. Nagahara ficou profundamente impressionado depois de ver os relógios da série Presage Classic, sobretudo pelos seus mostradores índigo com texturas inspiradas pela seda. “O azul era subtil e cálido, não monótono ou frio. Fez-me pensar em como o índigo reflecte a luz em diferentes ângulos”, diz. “A forma como o mostrador curva e brilha – tem uma certa suavidade, como uma peça de tecido fino.” Sentiu que o modelo capta com sucesso o aspecto e a essência táctil dos materiais japoneses.

Realçou também o carácter único da seda japonesa: “Tem uma qualidade e uma consistência que é difícil replicar. Parece viva na mão.” Combinar o brilho subtil da seda com a profundidade do índigo, acredita, oferece uma forma de comunicar a estética japonesa a um público global através de um objecto familiar como é o caso de um relógio de pulso.

A olhar para o futuro, o Sr. Nagahara considera colaborações de design como o da série Presage Classic, como essenciais para transmitir a beleza japonesa às gerações futuras e a admiradores além-fronteiras. “Quanto mais imbuirmos os nossos valores em objectos do quotidiano, mais duradoura se torna a nossa cultura. Relógios, vestuário, até embalagens - todos são veículos de histórias.”

Questionado sobre os próximos passos para preservar as tradições do índigo, não hesita: “Temos de continuar a criar. Mas temos também de ensinar, mostrar e convidar outros a juntarem-se. É assim que construimos o futuro - não só segurando-nos ao passado com força, mas também tingindo novos fios no tecido.”

Foto de Reki Nagahara, Produtor de Índigo de Awa, in Between Blues

Reki Nagahara
Produtor de Índigo de Awa, in Between Blues

Foto 1 do relógio automático Seiko Presage Classic SPB527
Foto 2 do relógio automático Seiko Presage Classic SPB527
  • Foto 3 do relógio automático Seiko Presage Classic SPB527
  • Foto 1 do relógio automático Seiko Presage Classic SPB525
  • Foto do Sr. Nagahara a mostrar as suas criações tingidas com índigo

    Uma loja moderna com a curadoria do Sr. Nagahara exibe as suas criações tingidas com índigo, decorada com itens de tema marítimo como pranchas de surf, também tingidas com índigo.

  • Foto de folhas tadeai secas, sukumo, sementes de índigo, e farelo de trigo, junto a livros sobre tingimento com índigo

    Um arranjo elegante de folhas tadeai secas, sukumo, sementes de índigo e farelo de trigo, junto a livros sobre tingimento com índigo, oferece a visitantes do café um vislumbre da rica tradição de índigo de Tokushima.

Heranças do Índigo: Onde Ofício, Cultura e Tempo Convergem

O Sr. Yano, um someshi (artesão tintureiro) veterano, fala da precisão e da paciência necessárias para cuidar de cubas de corante fermentado natural, preservando técnicas centenárias ao mesmo tempo que produz tonalidades ricas e expressivas. O Sr. Nagahara, inspirado pelo mar e pelo céu de Tokushima, traz um olhar fresco ao apelo cultural e sensorial do índigo, promovendo a sua suavidade sobre a pele e a sua profundidade emocional. Ambos partilham um compromisso profundo ao conceito yo no bi – beleza funcional – e à transmissão desta herança através da educação, do saber-fazer e da colaboração. As suas filosofias encontram eco no espírito da série Seiko Presage Classic, que celebra a estética japonesa através da relojoaria mecânica. Tal como estes artesãos usam o índigo para exprimir a beleza da vida quotidiana, Presage oferece uma plataforma para partilhar essa sensibilidade com o mundo - fazendo a ponte entre tradição e inovação, entre passado e futuro, entre o Japão e o mundo.

Coisas que Exprimem
a Beleza do Japão ×
Seiko Presage Classic Series
A Costa de Tokushima

Foto da Costa de Shishikui no sul de Tokushima – morada do estúdio de tingimento com índigo de Reki Nagahara, in Between Blues, e o SPB527

Costa de Shishikui no sul de Tokushima – morada do estúdio de tingimento com índigo de Reki Nagahara, in Between Blues, e o SPB527

Onde o Mar se Encontra com o Céu:
Os Encantos Costeiros em Tons de Azul
de Tokushima

A Prefeitura de Tokushima, situada no extremo oriental da ilha de Shikoku, é abençoada com uma linha de costa dramática que espelha os humores instáveis do mar e do céu. Ao longo da sua extensão, encontram-se praias de claridade estonteante, cabos beijados pelo vento, e baías recolhidas tranquilas – cada um captando uma expressão singular de azul. Estas paisagens marítimas são mais do que vistas; são o pano de fundo de uma cultura marítima com raízes profundas e de uma tradição piscatória profunda, que dão forma à identidade da região há séculos.

Dos remoinhos estrondosos do Estreito de Naruto às enseadas tranquilas da costa sul, os mares de Tokushima’s oferecem grandiosidade e abundância. Uma das capturas mais valorizadas é a dourada de Naruto, alimentada pelas fortes correntes do estreito. Com uma textura firme e um sabor delicado, simboliza a qualidade excepcional do pescado da região. Tokushima também é conhecida pela alga wakame de Naruto – cultivada nas mesmas marés violentas que geram os famosos remoinhos da zona - assim como pelo peixe charuteiro (hamachi) e o congro bicudo. Na parte sul da prefeituro, a lagosta espinhosa japonesa (ise-ebi) é outra iguaria célebre.

Para além do seu apelo gastronómico, estas regiões costeiras encarnam um modo de vida. As águas serenas da Baía de Uchinoumi Bay, protegidas pelas ilhas, são perfeitas para a pesca recreativa, enquanto a linha de costa a sul, com as suas enseadas intrincadas e praias emolduradas por pinheiros, convidam à reflexão tranquila e também à exploração. Experiências no mar - desde andar de caiaque a cruzeiros marítimos - permitem aos visitantes entrar nos ritmos naturais de Tokushima.

Até as cores do mar contam uma história. Artistas e artesãos em Tokushima, sobretudo aqueles envolvidos em aizome (tingimento com índigo) tradicional, muitas vezes se inspiram no índigo profundo e nas tonalidades do céu enevoado que se vêem ao longo da costa em diferentes momentos do dia. Seja a luz azul-clara das manhãs na Praia de Ohama, ou o mar cintilante de fim de tarde em Osato Matsubara, o litoral de Tokushima é uma palete viva – um tributo em constante mudança à beleza da natureza e da cultura que acolhe.

  • Foto da Costa de Ohama

    Praia de Ohama na cidade de Minami é um local famoso para a nidificação de tartaturas marinhas, e lar do Hiwasa Sea Turtle Museum, onde nada de forma activa a tartaruga marinha mais velha do mundo que se conhece.

  • Foto da Ponte Onaruto

    Situada entre a cidade de Naruto na Prefeitura de Tokushima e a ilha de Awaji na Prefeitura de Hyogo, o Estreito de Naruto estende-se por apenas 1,3 quilómetros. A diferença entre os níveis de água causada pelas marés da água salgada no Mar Interior de Seto e o Canal de Kii gera uma forte corrente que produz remoinhos espectaculares. Consideradas uma das três correntes de maré mais fortes do mundo, estes remoinhos podem ter até 30 metros de diâmetro - o que os faz alguns dos maiores do mundo. A Ponte Onaruto atravessa o estreito, servindo de elo essencial entre a ilha de Shikoku e a região de Kansai.

  • Foto do Mar de Uchino

    Mesmo ao lado do Estreito de Naruto fica o sereno Mar de Uchino, um corpo de água tranquilo aninhado entre ilhas. Com as suas ondas calmas e esparsas, oferece condições ideais para a pesca de barco, e é possível ver cerca de 140 embarcações dedicadas à pesca dispersas pelo mar. Num cruzeiro, os visitantes podem experimentar quer a beleza serena do Mar de Uchino, quer a intensidade dramática do Estreito de Naruto – dois aspectos contrastantes, mas igualmente cativantes, da costa de Naruto.

  • Foto da alga wakame de Naruto, conhecida pela sua textura e sabor – servida com sashimi ou como estrela em pratos como wakame shabu-shabu, uma receita de tacho

    Os mares de Tokushima são ricos em vida marinha. Dourada vermelha, apanhada nas águas rápidas do Estreito de Naruto, desenvolvem uma carne firme e de alta-qualidade, e é denominada “Naruto Tai”, um produto de excelência. Lúcio, do qual Tokushima é um dos principais fornecedores em volume e valor, é especialmente aprecisado na região de Kansai, incluindo Quioto e Osaka. O charuteiro da zona é também excepcional. A alga wakame de Naruto é conhecida pela sua textura tenra e pelo seu sabor - servida com sashimi ou como estrela de pratos como wakame shabu-shabu, uma receita de tacho.

Coisas que Exprimem
a Beleza do Japão ×
Seiko Presage
Classic Series
Louça de Otani

Foto do relógio Seiko Presage Classic SPB525

Tradição em Barro e Cor:
A Evolução em Índigo da Louça de Otani

Barro Grande e o Alento do Índigo

Originária do distrito de Otani em Tokushima, a característica arte da louça de Otani (Otani-yaki em japonês) tem há muito sido definida pela sua capacidade de criar recipientes gigantes. Grandes potes de fermentação (aigame) para o tingimento com índigo, bacias de água, e até banheiras, têm emergido de fornos cuja escala compete apenas com a ambição dos seus criadores. Estes recipientes enormes exigem técnicas especializadas como o nerokuro, um método que envolve duas pessoas, onde um artesão deita-se para rodar uma roda usando os pés, enquanto outro dá forma ao barro – uma habilidade rara preservada agora apenas por duas olarias na região.

A ligação de Otani ao aizome (tingimento com índigo) vai para lá de uma geografia partilhada. Ao contrário do aço ou do plástico, os recipientes em cerâmica são porosos, criando um ambiente que permite a circulação de ar, essencial para fermentar índigo natural.

Beleza Funcional em Todos os Tons

Procurando redefinir a imagem tradicional da louça de Otani como sendo peças pesadas e acastanhadas, Naoki Onishi criou a Série Ai–indigo – um passo em frente arrojado que honra a identidade de Tokushima. O esmalte de cor profunda foi desenvolvimento através de uma processo cuidadoso de experimentação material, incorporando a cinza que é um subproduto das oficinas de aizome, depois de retirada a soda cáustica. Este gesto de reutilização exprime uma filosofia mais profundo: que a beleza e a sustentabilidade podem - e devem - coexistir.

O Sr. Onishi realça que estas peças são feitas para serem usadas. “Só compreendemos a sua beleza quando colocamos alguma coisa dentro delas”, explica. Pratos ganham nova vida quando são cheios com vegetais verdes vibrantes, carnes escuras ou molhos amarelos.

Esta crença ressoou profundamente consigo quando conheceu a série Seiko Presage Classic. As superfícies curvas dos relógios, as texturas subtis, e os mostradores inspirados pelo índigo, recordaram-lhe a cerâmica esmaltada a reflectir a luz. “Brilham de forma diferente consoante o ângulo,” disse. “É exactamente como as mudanças subtis nas peças de barro depois de irem ao forno – uma beleza difícil de controlar, mas profundamente humana.”

Para o Sr. Onishi, Presage exprime os mesmo valores que o seu forno procura materializar: harmonia entre tradição e inovação, elegância através do uso, e uma apreciação singularmente japonesa pelo imperfeito, pelo táctil, e pelo que é vivido e usado. Como a louça de Otani, os relógios contam uma história – não apenas de perícia artesanal, mas também de continuidade cultural tornada visível no quotidiano.

Foto de Naoki Onishi, Presidente e CEO da Onishi Pottery, Olaria de Louça de Otani

Naoki Onishi
Presidente e CEO da Onishi Pottery,
Olaria de Louça de Otani

Foto de cuba de índigo

Cuba de Índigo

  • Foto da Série Ai–indigo

    A Série Ai–indigo cativa com os seus azuis intensos e profundos.

  • Photo of He developed a custom glaze

    Tradicionalmente conhecida por esmaltes castanhos e pretos, a louça de Otani tomou uma nova e arrojada direcção graças à visão do Sr. Onishi, da Onishi Pottery. Inspirado pelo tingimento com índigo, desenvolveu um esmalte feito à medida que capta os azuis intensos do aizome, dando origem à Série Ai–indigo. Esta colecção contemporânea reimagina a herança cultural de Tokushima sob a forma de cerâmica – combinando uma tradição enraizada com uma sensibilidade moderna e um compromisso com a beleza funcional.

  • Foto de oleiros de louça de Otani que usam uma uma roda de oleiro horizontal única – movida com os pés para obter o controlo de velocidade subtil que os motores eléctricos não permitem

    A produção de recipientes gigantes, como cubas de índigo de 2.800 litros, requer técnicas igualmente gigantes. Os oleiros de Otani usam uma roda de oleiro horizontal única – é movida com os pés para conseguir um controlo subtil de velocidade que não consegue obter-se com motores eléctricos. Este processo sincronizado, realizado por duas pessoas, é uma marca da criatividade e do engenho da louça de Otani.